Sem patrocínio na área de esportes? Chame a multidão!

Não é novidade alguma que grande parte dos patrocínios de atletas este ano foram praticamente excluídos dos orçamentos das empresas, inclusive governamentais. Diante da crise, centenas de atletas e esportistas viram cada vez mais distante o suporte financeiro para que se dediquem a suas provas e campeonatos.

Por outro lado, com o avanço das mídias e redes sociais, aliado ao maior envolvimento dos usuários de internet com o financiamento coletivo (crowdfunding), um nicho fortíssimo de Mercado surge ao longo de 2015 e promete ser uma das vedetes no apoio ao esporte para os atletas, especialmente para os jogos de 2016 e 2020.

Como sempre frisamos em nossa obra “Dinheiro da Multidão: oportunidades x burocracia no crowdfunding nacional”, ter acesso a essa legião de doadores e financiadores pode parecer fácil, porém, é necessário seguir alguns passos que podem facilitar o sucesso da arrecadação do seu projeto e viabilizar sim, o patrocínio tão desejado.

Analisamos algumas plataformas brasileiras que aceitam projetos ligados a área de esportes e verificamos alguns fatores comuns e que servem de alerta e orientação aos futuros candidatos a esse tipo de arrecadação via rede. As estatísticas mostram que é possível sim obter o carinho dos amantes do esporte, em valores até bem consideráveis. Contudo, igualmente verificamos que os atletas que são ligados a clubes ou equipes, tendem a ter maior sucesso em suas campanhas, já que a “marca” transmite mais credibilidade.

Confira alguns dados interessantes sobre o financiamento coletivo esportivo:

– a média de valor da maioria dos projetos bem sucedidos é inferior a R$ 10.000,00;

– atletas paraolímpicos arrecadam mais rápido do que os atletas olímpicos;

– existem poucos projetos em andamento no Brasil, apesar de já termos plataformas especializadas no segmento;

– campanhas “flexíveis”(qualquer valor arrecadado é repassado ao dono do projeto) tendem a ser mais bem sucedidas do que as campanhas “tudo ou nada” (onde o dono só recebe a grana se atingir a meta estabelecida);

– mais de 30% dos projetos disponíveis nas plataformas pesquisadas (4) atingem as metas e são financiados com 100% ou mais;

– existem plataformas com público alvo bem definido que atingem uma taxa de sucesso de até 70% de projetos bem sucedidos;

– na data da pesquisa, foram localizados 236 projetos já apresentados. Porém, ativos na mesma data existiam apenas 41 (20%);

É interessante notar que existem projetos enquadrados nas chamadas campanhas flexíveis que, independente de atingirem a meta, também arrecadaram valores aos seus idealizadores. Além das bases pesquisadas, tentamos coletar dados de mais 3 plataformas no Brasil que se dizem especializadas no segmento de esportes, mas as paginas principais não funcionaram. Encontramos apenas as respectivas paginas em redes sociais, mas sem a estrutura funcional do site no ar não podemos computar dados factíveis sobre a taxa de sucesso e retorno dos projetos.

Baseado nessas análises, seguem algumas dicas que parecem indicar maior taxa de sucesso aos projetos ligados a área de esportes:

* Procure plataformas que tenham taxas reduzidas para o segmento, ou pelo menos tragam benefícios para projetos ligados a causas – isso reduz o custo final do projeto;
* Pensar em recompensas que marquem a história de quem fez a contribuição para seu treinamento;
* Estruture muito bem os custos do patrocínio e seja transparente na prestação de contas e na forma de gastos;
* Peça o valor justo do que vai precisar: campanhas muito agressivas se mostraram difíceis e demoram a adquirir a confiança do publico;
* Estruture a arrecadação em etapas: compra de materiais, alimentação, viagens, treinamento etc. Isso mostra organização e disciplina com o valor arrecadado;
* Caso seja federado ou ligado a algum clube, estruture a rede de divulgação do projeto ANTES de lançar a campanha, para que o engajamento seja maior;
* Não esqueça de criar cotas de “patrocínio” direcionada a empresas, bem como recompensas especificas;
* Tente aprovar seu projeto de arrecadação junto ao Ministério dos Esportes ou da Secretaria de Esportes de seu Estado – no formato atual, as doações via crowdfunding não garantem beneficio fiscal automático aos financiadores, e isso pode gerar problemas de comunicação futuros;

Lembre-se sempre: a campanha precisa ser simples e objetiva, porém não pode ser amadora! Seus financiadores querem um campeão!

E o mais importante: nunca deixe de se comunicar com seus financiadores. As pessoas que doam dinheiro através das plataformas são diferentes de empresas privadas e governamentais. Elas querem atenção, retorno e informações. Não se trata de simplesmente colocar o nome delas no uniforme. Trata-se de deixar claro, sempre, que sem elas, esse financiamento não seria possível! E que venham os jogos de 2016!

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