Politica Nacional de I.A. – dá tempo?

zerohedge

Não adianta falar em política nacional de inteligência artificial, se o próprio Poder Publico não consegue identificar, com clareza, quais áreas ou setores serão afetados, quais serão preservados, e de que forma gerenciar o #desemprego gerado por essa adoção.

Não podemos ser hipócritas nem irresponsáveis: o desemprego estrutural (aquele em que, mesmo você sendo muito qualificado, existe uma máquina que faz o seu trabalho melhor do que você) é tão danoso quanto o desemprego funcional (que é aquele em que você até tem trabalho, mas os salários são insuficientes para sua dignidade pessoal e profissional).

Ignorar a I.A. como alavanca do desenvolvimento, da redução drástica de custos, do aumento da eficiência, da melhor gestão dos recursos naturais e industriais é infantilidade.

Contudo, não trazer o assunto para uma pauta relevante, exclusiva e com enfoque 24 horas sobre o impacto dessa adoção na vida das famílias e profissionais nacionais, é roleta russa.

Centenas de empresas, em todos os setores, desde o começo da crise financeira, já vem se estruturando para substituir mão-de-obra humana por robótica, ou pelo menos, automatizar o máximo possível de processos, reduzindo sua sujeição ao trabalhador humano. Isso não é teoria da conspiração, é choque de realidade (como falo mais nesse meu artigo)

Com o barateamento e hiperdesenvolvimento de novas ferramentas e tecnologias exponenciais que viabilizam a adoção de I.A. em praticamente todas as rotinas industriais atuais, os governos deveriam iniciar suas rodadas de negociações. Reunir o Ministério da Economia e já redesenhar (novamente!) a Previdência Social e os formatos de repasse de Renda Universal Mínima, entre outras medidas.

O colapso atual do desemprego, não tem solução! Tenho falado isso há anos… não há como absorver e criar tantas vagas para tantas pessoas atualmente sem trabalho. O mercado não comporta… são tempos difíceis, e estão fechando os olhos como se tudo pudesse ser resolvido apenas com leis.

São necessárias políticas de requalificação pesada e transferência de renda nunca antes vistos no mundo. Capacitação com uso massivo e gratuito de EAD e formação técnica com uso de tecnologias baratas. Pior do que estar desempregado, é não ter a mínima ideia de onde você poderia ser útil, em um mundo de máquinas!

Já li alguma coisa sobre tributar o trabalho das máquinas… mas, e quem consegue viver na ociosidade, ganhando apenas algumas migalhas do governo para comer, morar e vestir-se? Alguns podem achar o máximo no começo… mas o gênio humano não foi criado para o ócio pleno e inútil!

Ao menos para o escritor Domenico Demasi, o ócio só é positivo quando é criativo. Do contrário, vale o ditado brasileiro: cabeça vazia, oficina do diabo!

A teoria de que serão criados mais empregos com as novas tecnologias do que os que serão perdidos, carece de um fundamento básico: empregos novos, criados para novas gerações, não resolvem o problema das gerações “antigas”, que serão sim, excluídas do mercado e das atividades de trabalho, por total incapacidade de adaptação em tempo de serem aproveitados. Já li uns 20 estudos mundo afora sobre esse discurso, sem, até o momento, ter um dado concreto efetivo dessa “verdade teórica”.

Países que vieram, ao longo dos anos, preparando suas gerações de profissionais e especialistas para esse momento, certamente sofrerão menos esse impacto… mas não estão livres dele. Nem mesmo nos EUA, onde o tão famoso “pleno emprego” se dá as custas do desemprego funcional que mencionei acima… não basta estar empregado, tem que se ganhar o suficiente (saiba mais sobre isso neste artigo).

Todos os níveis de profissionais e mercado estão sentindo, aos poucos, os efeitos dessa irresponsabilidade no trato do assunto. Nunca se teve tantos executivos C-level, em recolocação. Níveis gerenciais, alarmantemente buscando reposição no mercado… e níveis mais básicos, enfrentam aquelas filas quilométricas que temos visto com recorrência na mídia.

Até quando, vamos esperar tudo entrar em colapso, ao invés de planejar e diminuir seus riscos?

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